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rafahansen

Interpretando e desmistificando o mundo (e nossa psique)

A Arrogância de um Empreendedor.

Em primeiro ponto, não existe um empreendedor que não tenha certo nível de arrogância.

Pra alguém chegar e dizer que o mercado -que funciona de forma natural há anos- está errado ou é ineficiente, requer um ato de coragem, visão e, sim, arrogância. E depois o visionáriolargar todos os projetos e trabalho para seguir essa visão, de contrariar o mercado, é um ato de extrema arrogância:

“ah, quer dizer que existe esse problema gigante e só você conseguiu enxergar e sabe como solucionar? Ah entendi.. boa sorte..”

Então precisamos dessa arrogância para acreditar mais em nós mesmos e em muitos casos contrariar a organização natural dos mercados. E de sair da inércia e ir atrás da concepção da solução, ainda precisamos continuar com um nível de arrogância para ouvir infinitos “nãos” e mesmo assim perseguir. A arrogância pra investir recursos (tempo, dinheiro, networking) nessa visão contrária ao invés de empresas sólidas.

E a arrogância que me refiro é muito mais uma arrogância interna, mental, para seguir o sonho do que tratar as outras pessoas como inferiores; essa segunda postura o levará quase com certeza ao insucesso — você precisa aprender muito para tentar reorganizar a eficiência de um mercado.

Claro que muitos — na verdade a maioria — perdem nesse jogo, seja pelo equívoco na visão, na dificuldade para implementação ou na interpretação do mercado. Mas a grande minoria que é bem sucedida teve uma leitura correta e utilizou de sua arrogância para construir/revolucionar o mercado.

Photo by Matt Noble on Unsplash

É evidente que a leitura inicial dessa oportunidade de mercado é muito mais um cheiro do que um caminho concreto — ou seja, a ideia sempre muda muito desde o inicio de uma visão até o ponto que ela vira um produto. E nessa segunda parte, partindo de “perceber que existe um problema” e indo para a “concepção de ideias para solucionar o problema”, a arrogância poderá e irá matar sua visão (correta ou incorreta). Ou seja, a arrogância é essencial em alguns momentos onde você precisa da força mental para continuar mas em seguida pode te matar. Então é importante sempre saber quando você tem que contrariar o mercado e quando você tem que ouvir a opinião das pessoas que conhecem o mercado melhor que você ou simplesmente tem outra perspectiva. Nesse contraste, diário e infinito, de humildade e arrogância, vamos aperfeiçoando o nosso direcionamento. Equilibrando quando continuar contrariando a opinião de todos, quando parar, e quando ouvir o know-how dos outros para melhorar ou adaptar sua visão.

Nesse contraste, diário e infinito, de humildade e arrogância, vamos aperfeiçoando o nosso direcionamento

Photo by Martin Sanchez on Unsplash

Na Setta.co eu basicamente venho afirmando que o mercado de influenciadores digitais, e-commerce, marketplace, criação de conteúdo, distribuição de conteúdo, comunicação com millennials, agências de marketing e por ai em diante são ineficientes ou insustentáveis como negócio, e que minha solução é mais bem posicionada, mais fundamentada e mais eficiente que todos os competidores indiretos (pois não há competidores diretos). Como posso falar isso sem um pingo de arrogância?

Estou constantemente me posicionando como o maior ignorante (e em muitos casos realmente sou) em conversas com especialistas de diversas dessas áreas mencionadas para aprender como eles fazem o que fazem e tentando extrair os 20% de cada área que gera mais valor para o usuário para eu aprender, reanalisar e aplicar na minha empresa. Se eu consigo extrair (derivado do princípio de Pareto) os 20% que cada um daqueles setores fazem que geram maior valor, e ainda — tendo uma visão de fora — consigo reimaginar a aplicação dessa solução para ser mais eficiente e encaixar com minha empresa, eu consigo gerar um valor imenso. Ou seja, pego 20%, tento fazer isso virar 50% (reimaginando o fluxo) e depois junto diversos aprendizados destes setores para ter uma solução “300%” — uma solução completa em um só lugar. Ganhando eficiência e facilidade de uso para nossos parceiros.

Photo by Samuel Zeller on Unsplash

Então o grande desafio é saber quando abaixar a cabeça, compreender que você não entende nada, e escutar (prestando MUITA atenção), e quando levantar a cabeça e educadamente mandar todos a merda e seguir sua visão. (brincadeira, sem mandar ninguém merda.) Mas sempre vendo o que você pode aprender com o posicionamento contrário e como você pode se prevenir. Se for um posicionamento do tipo “isso é inviável”, aí sim você precisa saber se sua visão está preparada para isso ou se você tem que pivotar (mudar seu produto ou visão) ou desistir do seu projeto.

E, essa visão formulada provavelmente é uma hipótese- ao se aprofundar na estruturação da ideia e sua execução você provavelmente terá que ir gradativamente as validando. Essa é outra maneira de não se imergir na visão e ser arrogante ou persistente quando não deve ser. Se as hipóteses forem sendo validadas quer dizer que você está indo no caminho certo e sua arrogância está lhe fazendo bem.

Então saiba quando ser arrogante na sua postura mental de continuar apesar dos pesares, e quando ir para o outro extremo da humildade e reconhecer outra perspectiva. Isso tudo em um mesmo dia ou até mesmo em uma única conversa; reconhecendo o “problema” mas tendo força mental para manter sua postura e seguir desafiando e contrariando, com maior embasamento, os paradigmas com esse novo input de informação.

Photo by Lopez Robin on Unsplash

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