Mágica do movimento
Manifesto de uma forma de viver.
Não preciso falar muito como sou um apaixonado por uma vida ativa, por movimento.
Em diversas de suas formas mágicas;
viagens, que sempre exigem muito “movimento” e apresentam milhares de estímulos de novidades, deixando a mente ativa, o corpo cansado e a necessidade de rápida adaptação;
esportes radicais e sua conexão com o imprevisível, das centenas de decisões que são feitas em centésimos de segundos, com um processo que libera altas quantidades de adrenalina no momento e dopamina para o depois.
endurance, como uma fonte inacabável de dopamina, aprendizados e exigências — que traz a necessidade de rotina, estrutura e muita disciplina para evoluir a cada novo desafio.
É baseado na meritocracia; quanto mais inteligente vc é no treino e na recuperação, maior será sua evolução do condicionamento e consequente performance. Sua facilidade para mensurar resultado traz um gamification que permite rápidos ciclos feedback. Que por sua vez permitem visualizar e curtir a evolução.
trilhas, como uma ferramenta para explorar o mundo. É a arte de entrar em um ritmo, focar no solo irregular, e conseguir fazer progressão. Com o estimulo da natureza para entrar em modo meditativo e olhar para baixo e ver a vista como sua recompensa e feedback de progressão. O próximo pensamento? “Da pra ir até o próximo cume” E pronto, temos um viciado.
caminhadas, para pensar, para dar um intervalo na vida intensa, para ouvir uma música, para se aventurar na natureza, para falar com um amigo, para ter ideias, para se desestressar, para se reconectar.
Escalada, dança, yoga, respiração e o que mais você quiser.
Porém não digo que o movimento ou o esporte seja minha maior prioridade — ela é uma parte integral da minha vida, parte que suporta o restante. Não é a prioridade, mas é indispensável.
É minha válvula de escape. É onde penso sem ficar com a mente como macaco (pulando para um lado e para o outro). É onde paro de pensar para conectar com o momento, com a dor, com a alegria, com o stress fisico, com o sentimento de realização. É onde busco minha droga, minha reza, minha meditação.
Portanto o movimento é o que trás minha estrutura de vida. A fundação que me permite buscar o que eu almejar. E sim, as vezes o que eu vou almejar é a aventura mais doida, e as vezes é o grande desafio profissional. Não importa [o objetivo]. Mas é o que mais importa [a estrutura fornecida].
O que acho mais brilhante do esporte é como ele impacta positivamente a vida das pessoas. Da mesma forma que muitas vezes vemos uma espiral negativa com o uso de drogas, onde uma decisão ruim em um dia ruim, leva a próxima pequena decisão ruim, e quando se percebe temos uma vida desperdiçada- o esporte faz justamente o contrário; uma pequena boa decisão, faz a pessoa experimentar, se sentir bem, e assim leva a pessoa a querer progredir naquela modalidade, criando todo um arcabouço de vida que suporte seu novo comportamento.
Uma simples atividade de “movimento”, faz a pessoa enxergar um valor grande naquilo que diversos outros hábitos negativos passam a não compensar. A pessoa passa a enxergar o impacto do bom e do ruim mais claramente em sua vida.
Uma noite bem dormida levará a um melhor desempenho no esporte dia seguinte, que levará a se sentir melhor no trabalho, que levará a não sentir a necessidade de beber antes de dormir, que levará a novos propósitos e a busca de novos hábitos positivos. Dormir mal passa a ser mais custoso do que era antes em uma vida desestruturada. Comer mal era simplesmente compensado com um excesso de cafeína e por aí em diante.. Essas coisas simplesmente param de fazer sentido com uma vida ativa.
Então o esporte tem a capacidade de cura. Assim como a religião tem capacidade de cura e reconexão com a vida em momentos difíceis, o movimento tem um potencial similar. O adepto tem respostas hormonais, mentais, físicas e até espiritual. Enquanto a religião trás significado para o ser, e insignificância perante a um deus, já experimentou ficar no meio do mar, sozinho, com o dia escurecendo e as estrelas te olhando? É o mesmo significado atrelado a sua insignificância.
Não sou religioso, não medito, mas eu pratico esportes. E assim passo a ser um religioso que medita todos os dias. Que enxerga sua conexão com o mundo e que quer simplesmente aproveitar o máximo dessa jornada. Não imagino que conseguiria viver com tanta intensidade, paixão, vivência e sentimentos se não fosse pelo movimento do corpo.
Repensando o que disse anteriormente, o movimento é a prioridade.O resto é apenas um possibilitador.
